De carne e osso

10 de dez. de 2011

De carne e osso

“Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É um conceito nosso - em suma, é nós mesmos - que amamos.”

(Fernando Pessoa)                          

Vejo garotas por aí suspirando pelo príncipe encantado. Ei, acordem! Ele não existe! As pessoas têm defeito, ele tem defeito, você tem defeito. Então tirem essa ideia da cabeça de que ele pensa em você 24 horas, que não olha pros lados, que é um santo, pois ele não é.

 “O meu namorado não faz isso. Ele não sai sozinho, não bebe, não fuma, não fala palavrão, não me troca pelo futebol, faz de tudo por mim”. Como é possível alguém, em plena consciência mental, acreditar nisso? Se esse cara existe, deve ser um ótimo ator ou, no mínimo, um chato cheio de “não me toques”.

O ser humano tem qualidades e defeitos. Logo, ninguém é perfeito. É uma equação fácil de aprender. O erro está em criar uma imagem de uma pessoa ideal e acreditar, cegamente, que é real. Por favor, saiam do mundo da fantasia da Disney!

Mas antes que algum apaixonado de plantão me odeie, eu acredito no amor, sim. Apenas passei da idade de acreditar em “e viveram felizes para sempre”. “Você não encontrou o cara certo, o amor de verdade, por isso pensa assim”. Tá legal, aceito críticas numa boa. Entretanto,  vivo sem fantasiar situações e pessoas. Somos de carne e osso.

Se aceitássemos as coisas como elas são de fato, sem máscaras, nossas vidas seriam melhores.

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Valéria Vieira